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domingo, 2 de setembro de 2012

Crescem evidências da existência de células-tronco cancerosas


Por Susan Young- The New York Times News Service/Syndicate

Vários estudos independentes têm fornecido fortes evidências da existência de células-tronco cancerosas em alguns tumores cerebrais e, potencialmente, em cânceres de pele e de cólon também. Assim como as suas potentes homólogas saudáveis, as supostas células-tronco cancerosas têm a capacidade infinita de autorrenovação e produção de novas células que podem evoluir para todos os diferentes tipos de células dentro de um tumor.

NYTimes
Vários estudos independentes têm fornecido fortes evidências da existência de células-tronco cancerosas em alguns tumores cerebrais e, potencialmente, em cânceres de pele e de cólon também. 

Assim como as suas potentes homólogas saudáveis, as supostas células-tronco cancerosas têm a capacidade infinita de autorrenovação e produção de novas células que podem evoluir para todos os diferentes tipos de células dentro de um tumor. Algumas podem até ser resistentes a muitas terapias-padrão contra o câncer, e podem ser a causa da reincidência da doença. 

Mas se elas realmente existem em tumores sólidos é uma ideia controversa. Três estudos publicados recentemente não vão concluir o debate, mas dão maior credibilidade à teoria, e poderiam fornecer suporte para novas abordagens do tratamento do câncer.

A ideia de células-tronco do câncer é controversa em parte porque os experimentos que sugerem sua existência produziram resultados inconsistentes. Os especialistas dizem que isso pode ser devido aos métodos de estudo utilizados. 

Os estudos atuais usam técnicas de imagem que permitem que os pesquisadores rastreiem o destino de uma célula e das células originadas por ela em um rato. Todos os três grupos analisaram modelos de câncer de cérebro, pele e cólon, e cada estudo rendeu vários níveis de suporte ao conceito de células-tronco cancerosas. 

Os resultados sugerem que pelo menos alguns tumores sólidos são acompanhados por essas células que podem exigir uma atenção especial durante o tratamento do câncer.
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'As células-tronco cancerosas podem explicar por que alguns tumores podem voltar após o tratamento', disse Hugo Snippert, um biólogo especializado em câncer no Centro Médico Universitário de Utrecht, na Holanda, e autor de um dos estudos. 'Você pode imaginar que se você se livrar de todo o tumor, exceto de uma célula-tronco do câncer, então essa célula dará origem a um novo tumor e você voltará ao cenário original', disse ele.

Mas não faz sentido atacar somente as células-tronco do câncer, disse Snippert. Um dos mistérios desse tipo de célula é a sua origem. Essas células podem ser formas alteradas de células-tronco normais do corpo, ou elas podem surgir a partir de outros tipos de células que adquirem as habilidades das células-tronco, o que sugere que as células não-tronco dentro de um tumor podem transformar-se no subtipo perigoso. 

De acordo com Robert Weinberg, biólogo especializado em câncer no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que não esteve envolvido nesses estudos, 'se você seguir e aceitar essa linha de argumentação', então você precisa eliminar dos tumores tanto as células-tronco quanto as células não-tronco.
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Enquanto dois dos relatórios foram voltados para um tumores dos estágios precoce da doença e, na maioria, benignos, um terceiro relatório do grupo de Luis Parada, do Centro Médico do Sudoeste da Universidade do Texas, em Dallas, estudou cânceres cerebrais chamados gliomas. O grupo descobriu que, após a quimioterapia, uma subpopulação de células com propriedades semelhantes à de células-tronco sobreviveu e parecia estimular o crescimento de um novo tumor. 

Os cientistas fizeram isso produzindo uma população transitória de células altamente proliferativas, que estabelecem a hierarquia de tipos de células cancerosas em um tumor.

Se essa subpopulação existe em uma percentagem significativa de tumores sólidos, isso terá um grande impacto sobre como tratar e monitorar o câncer, disse Parada. 'Se o modelo de célula-tronco do câncer for verdadeiro, então a avaliação da eficácia da terapia pelo tamanho do tumor ou por sua retração seria menos relevante, porque o que realmente importaria seria o efeito de qualquer terapia na população de células-tronco do câncer', disse ele.
MSN
Enquanto o modelo de células-tronco do câncer não é aceito como verdadeiro por todos – mesmo com esses três estudos –, a possibilidade da existência de tais células levou alguns grupos a encontrar maneiras de procurá-las e destruí-las. Um desses grupos é a Verastem, da região de Boston, empresa cofundada por Weinberg. 

A Verastem está desenvolvendo ferramentas para monitorá-las especificamente e está projetando medicamentos para diminuir seletivamente os números de células-tronco do câncer. A empresa diz que vários dos seus modelos experimentais indicam que as células-tronco do câncer resistem aos tratamentos-padrão, mas podem ser seletivamente destruídas por três medicamentos candidatos.

Sean Morrison, biólogo especializado em células-tronco no Centro Médico do Sudoeste da Universidade do Texas, que não esteve envolvido nesses estudos, disse que os artigos 'oferecem vários níveis de suporte e que, pelo menos em certos tipos de tumores, realmente existem subpopulações de células tumorais que são responsáveis pelo crescimento do tumor.

 A questão importante para a área é: quais cânceres se encaixam nisso? 

É realmente apenas uma minoria dos tumores malignos que segue o modelo de células-tronco do câncer, ou isso ocorre em muitos tumores malignos? Ninguém sabe'. 

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