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quarta-feira, 14 de março de 2012

Nobel avalia pesquisa do câncer em SP





  
Nobel avalia pesquisa do câncer em SP
Alemão vencedor do maior prêmio da ciência, junto com colegas internacionais, integra conselho de hospital Instituição que criou o grupo é o A.C. Camargo, um dos principais centros do Brasil na área da oncologia-CLÁUDIA COLLUCCI

DE SÃO PAULO

Em iniciativa inédita no país, o Hospital A.C. Camargo, de São Paulo, passou a ter um conselho internacional para avaliar suas pesquisas. A instituição responde por 60% da produção científica oncológica brasileira.

Seis pesquisadores de renome mundial, entre eles o virologista alemão Harald zur Hausen, Prêmio Nobel em Medicina ou Fisiologia de 2008, e Curtis Harris, diretor do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, integram o conselho, que foi idealizado pelo oncologista Ricardo Brentani, morto em novembro.

Nos últimos dois dias, o grupo analisou os projetos científicos, as instalações e as condições de ensino e pesquisa do hospital. Agora, prepara um relatório com a avaliação e as possíveis recomendações. Um em cada três oncologistas brasileiros se especializou no hospital.

"Eles vão nos dizer o que acharam de bom e o que precisa ser melhorado", resume o patologista Fernando Soares, diretor da pós-graduação do hospital. Os conselheiros não serão remunerados.

Dentro de um ano, eles devem retornar ao Brasil para checar se as mudanças sugeridas foram feitas e se surtiram o efeito esperado.

Segundo o americano Curtis Harris, as pesquisas no hospital têm nível de qualidade internacional e, por isso, despertaram o interesse do grupo. 

"Existem muitas potencialidades por aqui. Jovens pesquisadores que estão no início de suas carreiras e que logo vão desabrochar", disse ele à Folha.

Hausen, ganhador do Nobel, afirmou estar "entusiasmado". "Há pesquisas de qualidade, especialmente na área genômica. Mas, como em qualquer outro lugar, sempre é possível melhorar."

Uma das pesquisas desenvolvidas no hospital investiga os genes associados a tumores hereditários, como o de cólon e de mama, e os marcadores que poderão ser utilizados no diagnóstico e no tratamento da doença.

"Investigamos novas mutações do câncer familiar para fazer um aconselhamento genético precoce e poder tratar a pessoa adequadamente, com base no tipo de tumor que ela tem", explica a bióloga Silvia Rogatto.

Para o imunologista português António Amaral Coutinho, porta-voz do grupo internacional, submeter pesquisas ao crivo de pares internacionais ajuda a melhorar a qualidade delas.

"É o momento de o Brasil investir em ciência e tecnologia e descobrir melhores maneiras de fazer as coisas. 

Não se inventa nada sem saber muito. 

Não adianta só exportar gado. 

É preciso exportar cabeças", afirmou Coutinho.

Ele não quis adiantar o parecer do grupo sobre as pesquisas do A.C. Camargo.

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